quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Marceneiro


O marceneiro pegou a madeira
E com suas habilidades
Fez uma porta, abriu-a
E convidou-me a entrar.
O marceneiro pegou a madeira
E com suas habilidades
Fez uma cadeira
E pediu para eu me sentar.

O marceneiro olhou para mim
E para meu coração
E com suas habilidades,
Sem pedir licença, ousou a entrar.
O Marceneiro pegou uma flanela
E um produto perfumado
E meu coração poliu, dele cuidou.

Mas em pouco tempo depois,
Não sei o que deu no marceneiro
Ele pegou um martelo, um prego
E em meu coração martelou,
Cravou, machucou.
E como se meu coração
Fosse um pedaço de madeira,
Com suas habilidades,
Pegou a lixa e o lixou...
Fez poeira, assoprou.

Ele me deformou
Me transformou.
Fez de mim um porta-retratos,
Colocou em mim uma foto sua,
Pregou-me numa parede,
E, com suas habilidades, se foi.
Muita saudade deixou.