quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Marceneiro


O marceneiro pegou a madeira
E com suas habilidades
Fez uma porta, abriu-a
E convidou-me a entrar.
O marceneiro pegou a madeira
E com suas habilidades
Fez uma cadeira
E pediu para eu me sentar.

O marceneiro olhou para mim
E para meu coração
E com suas habilidades,
Sem pedir licença, ousou a entrar.
O Marceneiro pegou uma flanela
E um produto perfumado
E meu coração poliu, dele cuidou.

Mas em pouco tempo depois,
Não sei o que deu no marceneiro
Ele pegou um martelo, um prego
E em meu coração martelou,
Cravou, machucou.
E como se meu coração
Fosse um pedaço de madeira,
Com suas habilidades,
Pegou a lixa e o lixou...
Fez poeira, assoprou.

Ele me deformou
Me transformou.
Fez de mim um porta-retratos,
Colocou em mim uma foto sua,
Pregou-me numa parede,
E, com suas habilidades, se foi.
Muita saudade deixou.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Coração Cinzento


Por tanto amor
Por tanta dor
Por tanto sofrimento
Hoje, já não sabe
Quem é neste momento.

Caminha perdido
Em dias nublados,
Em noites sombrias
Por montanhas rochosas
Duras e frias,
Pedras Escuras,
Escorregadias.

Sem vida não se movem,
A não ser as areias movediças
Que lá avistou.
Nada se tem a fazer...
Naquela lama, mergulhou.

Pedra, rocha, frio, lama,
Escuridão, nada.
Assim é o coração cinzento.
Já não mais chora
Cessaram-se as lágrimas.

A dor não já não mais incomoda
Sente-se anestesiado.
O coração bate,
Mas não mais vive,
Sobrevive...
Só observa
Sob os escombros
Dos tombos de sua vida.

Dor, já não mais sente.
Se encontra indiferente
Sem rumo, sem tempo
Sem amor,
Apenas tormento.

Tentando se livrar do rancor
Ainda guardado,
Cravado, lacrado
Em seu coração cinzento.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Disputa de Egos


Eu acho graça
Essa disputa de egos
Sim, estou falando com você!
Estou falando com ele,
Estou falando com ela,
Falo para mim!
Falo para nós!

Todos nós disputamos
Ser em algum momento,
Ou alguns destes,
Ou o tempo todo:
O mais querido,
O mais admirado,
O mais apreciado,
O mais comentado,
Até o mais odiado,
Falem bem, falem mal,
Mas falem de nós!

Nos olhem!
Estamos aqui!
Senão faremos: “mi-mi-mi”!
Precisamos de um palco,
Telespectadores, aplausos,
Muitos aplausos!
E quando estes não chegam,
Sentimos-nos frustrados,
Decepcionados,
Somos vítimas,
Pobres coitados!

“Ninguém me ama!”
“Ninguém me quer!”
“Sou infeliz, um qualquer!”
Hipócrita é aquele
Dizer que não é...
Ou pelo menos estar
Por alguns instantes...
Egoísta.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eu não me importo


Eu não me importo
Que você saiba
Nem que todos saibam
do meu sentimento.

Não tenho vergonha
Do que sinto
Pois o que sinto
É simples,
Porém intenso,
É verdadeiro,
É bonito.

Teria vergonha
Se eu o escondesse
E vivesse
em desespero
Por conta disso.

Teria vergonha
Se não soubesse amar,
Ou se nada
Pudesse sentir.

Teria vergonha
Se eu morresse
Sem que o amado
Soubesse que o amo.

E mesmo que este
Não merecesse
Meu sentimento,
Do que adianta esconder
Se o fato é que o amo?

Não sinto vergonha
Pois o que sinto é forte
Porém é inofensivo.
Nada de mal pode te fazer
Pois só quer o seu bem.

Sinto algo que
De tão perturbardo
É sereno
De tão grande
Ficou pequeno
E já não mais incomoda
Qualquer tipo de vaidade
Que eu possa ter.

Pois este amar, este querer
Já não se importa mais
Se é correspondido.
Ele só quer que saiba
Que ainda estou aqui.

O que sinto
É tolerantre demais
É paciente,
De tanto sentir
Já não mais sente.

Só espera
O dia seguinte chegar.
E espera que este
Seja melhor
Que o de hoje.

Não, eu não me envergonho
Mesmo que eu saiba
Que em solidão eu sonho,
Do que adiantaria
Esconder o que já está
Estampado em meu ser?

O máximo que pode acontecer
É... um dia eu deixar
De sentir o que sinto
Por você.

E enquanto sinto vou
Seguindo meu caminho
E mais uma vez eu digo
Que não me envergonho
De amar você.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Presente perfeito.

Telepatia?
Não...
Telecinese!
Sim! Acelera meu coração!

É paixão indomada.
Corcel negro a galopar.
Sem temer idéia formada.
Lança-se ao ar a viajar.

Posso sentir aqui.
Não sei nem mesmo explicar.
Parece que foi desde que nasci.
Angustia tem que acabar.

Aposto o que for!
Pago para ver!
E mesmo se não for.
Será um imenso prazer.

Mas parece algo magnético.
Ao mesmo tempo poético.
É como se fosse certo.
Prazer maior ao ficar cada vez mais perto.

Por isso não aguento...
Te ligo, eu tento.
Mas a distância física ainda é um tormento.
Mas nada mais sábio que o tempo...

Anseio olhar teus olhos.
Ler teus lábios gostosos.
Como um delicioso ninho poder os meus deitar.
Sem tempo, sem hora, apenas sentir ao abraçar.

Pode parecer devaneio.
Pois há quilômetros separando nossas vidas ao meio.
Mas ainda assim eu creio.
Que é possível realizar este desejo.

Viver o momento e deixar o passado.
Esquecer que há futuro.
Deleitar-se a cada segundo.
Experimentar o nosso mundo.

Minha Inspiração


E eu nem pensava
Que inspiração falava
Que ela tinha o olhar
Mais belo já visto
E menos ainda que ela
Me chamava ao telefone.

Sim, minha inspiração é esta
Ela é assim, linda
Simples, intensa,
E me deixa feliz quando aparece.

Dá asas aos meus pensamentos
Faz-me sentir que eu estou aqui
Que um pouco de mim,
Do meu verdadeiro "eu"
Ainda me resta,
E assim, eu sobrevivo.

Queria tanto te encontrar
E poder te tocar,
Mas tenho medo
Dessa magia acabar
E assim, não conseguir
Mais asas para voar.

Ter os pés no chão
é monótono,
Eu te amo assim,
Enquanto és para mim
Minha inspiração.

Fora de Controle


Eis me aqui neste momento
Na solidão que me acompanha,
Em minha companhia solitária.

Visualizando e tentando entender
Tentando organizar
Todos os meus pensamentos
Que por mim seguem confusos.

Como se fossem filmes
Que se transmitem e se misturam
Deixando minha vida
Ainda mais confusa
Ainda mais complicada
do que ela realmente é.

É uma mistura de drama,
Suspense, terror,
Comédia, amor,
Dor, aventura,
Tédio, dúvidas,
Certezas, melancolia,
Paixão, decepcões,
Frustrações, alegrias,
Tristezas...tantas emoções.

Mas para que servem?
para nada servem.

Se um dia
Esse filme se cessará
A TV se desligará...
Então tudo está sendo em vão?

Queria eu, poder ver cada cena
E tratá-las como se fossem
Mesmo apenas um filme, e são.

Eu os criei, eu os inventei,
Mas hoje eles me tomam conta
Controlam meu coração.

Queria eu, poder me desconectar,
Apertar o botão "off" dessa TV,
Poder desligar...

Queria eu por alguns instantes
Deixar de pensar.
Zerar meus contadores,
Me formatar,
Me reinstalar,
Me controlar.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Astúcia

Você aparece e me deixa
E pensa que eu não sei.
Você pensa,
E o que tem na sua mente
Me detém.

Você é astuto, ardiloso,
E disso sou refém.
Sua mente me prende,
Encanta-me, ela me convém.

Sua mente me controla
E embora eu não esteja nem aí,
Eu estou aqui, pensando em você.

Fico te observando tentando
Decifrar o que estás a tramar
Não sei se é trama,
Ou se realmente ama
Mas é delicioso procurar
O que nem sei
Se quero encontrar.

Sua mente é um caminho,
É um desafio
Que eu tenho pela frente,
É corrente, é labirinto,
Mas louca de mim
Já decidi
Me perder por aí.

Você chega sutilmente,
E sai da forma mais ridícula
Que alguém pode sair,
E mesmo assim
Ainda fica em mim.

Não sofro loucamente
Nem sou feliz extremamente
Mas com você
Tenho conseguido
Ser eu mesma.

sábado, 25 de setembro de 2010

No busão...

Vivo a sorte.
Quando tudo parece ruir...
La esta ela prestando seu suporte.

Chego a crer em fe...
Alem de nossos tristes atos.
Algo providencia auxilio a levantarmos, ficar de pe.

E quando esgota-se a esperanca.
Assim, como uma crianca.
Admiramos "banalidades".
Pronto, retrocedemos varias idades.

Seguirei ao vento.
Tentando ser crianca e adulto ao mesmo tempo.
Deixar o passado, o futuro.
Viver o presente maduro.